Por nos ser facultado a escolha das fontes, decidi fazer uma breve pesquisa sobre a rádio da nossa cidade e descobri um dos fundadores da “Rádio Clube Foz do Mondego”, o actual empresário José Eduardo Cardoso, conhecido na região como antigo comerciante. Assim, decidi fazer uma Breve entrevista para saber como surgiu a sua paixão pela rádio e como fundou a “Rádio Clube Foz do Mondego”.
Como surgiu esta sua paixão pela rádio?
“Quando era pequeno, o meu pai comprou algures em Espanha, um par de telefones com fio, que davam para falar do meu quarto para o dos meus pais. De funcionamento a pilhas, tinham um botão eu imitava o toque dos telefones a sério. Ligava-se para as pessoas do outro local e assim era estabelecida a conversação entre dos locais com alguma qualidade.
Fascinou-me este poder de comunicar entre dois sítios e, assim surgiu uma enorme paixão que ainda perdura pela electrónica das comunicações.
Iniciou-se também um sonho, ter uma rádio onde pudesse efectuar emissões.”
Conte-me um pouco da evolução dos telefones com fio para uma rádio?
“Ainda na minha infância, apareceram nos bazares os “Walkie-Talkie” que nos entretinham durante o jogo das “escondidas”, onde quem estava escondido enviava pequenos tópicos sobre a sua localização por “Walkie-Talkie”.
Em 1978, consegui que uns estudantes de electrónica me fizessem dois emissores de fraca potência para falar com uns amigos, entre as abadias, onde habitava, e o coliseu onde habitavam.
Em 1984, conheci um amigo que tinha em casa um emissor mais potente e sério, com descodificador Estéreo, onde fiz as minhas primeiras horas de rádio. Era o início das ondas hertzianas à escala dos amadores “Pirata”, emissões essas que eram proibidas.”
Como eram feitas as emissões dessa rádio pirata?
“Como era proibido, só emitíamos de madrugada e quem nos ouvia eram os trabalhadores nocturnos da montagem da Soporcel. Passávamos discos, líamos anedotas, comentávamos a vida da cidade e de manhã voltávamos para casa contentes, por abusarmos mais uma noite, sem consequências graves ou danosas.
Ao fim de uns anos, começou-se a falar da legalização das rádios “pirata” e, em conversa com os meus colegas, decidimos informar-nos junto do meu irmão mais velho sobre como poderíamos legalizar a nossa rádio.
Por coincidência ele já estava um passo a nossa frente pois tinha acabado de formar uma cooperativa cultural e recreativa para a exploração e legalização da “Rádio Clube Foz do Mondego”.”
Como foi o arranque inicial da rádio “Rádio Clube Foz do Mondego”?
“Começámos então a fazer emissões regulares a partir da casa do turismo de Buarcos, com um programa chamado “Tópobatida”, com músicas que vinham do estrangeiro, já com ritmos de batida repetitiva, característica das músicas dos anos 80.
Durante o arranque dos primeiros programas, foi pedido ás pessoas que gostavam de rádio e que quisessem participar, que apresentassem projectos para outros programas, com vista ao enriquecimento e preenchimento de horários para uma grelha com maior qualidade.”
Fontes: entrevista a José Eduardo Cardoso
Francisco
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
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Magnífica ideia! Só foi pena - mas podes remediar facilmente - não fazeres a ligação às referências que fizemos à história do aparecimento da rádio e sua afirmação nos anos 20-30 do século passado. Julgo tb que podias ir um pouquinho mais longe com a entrevista: fiquei com vontade de saber mais sobre os primórdios da Rádio legalizada na Figueira. Que tal uma pesquisa e mais umas perguntas? FM
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