Já ando há algum tempo para vos falar dele, mas hoje, porque passam 6 anos sobre a sua morte, não escapa mesmo: Augusto Monterroso (Honduras; México)
Descobriu-o há uns dois anos atrás, li há pouco tempo o seu magnífico e desconcertante romance Lo demás es silencio (1978) - tradução portuguesa de 2008 da Oficina do Livro - e ando a desbravar o seu A ovelha negra e outras fábulas (1969) - edição portuguesa da Angelus Novus, 2008 - um livro de contos que em conjunto com a sua obra inicial, Obras completas (y otros cuentos), de 1959, o firmaram como um dos mestres do conto curto.
É dele o conto mais curto da história da literatura (do livro de 1959): El dinosaurio : Cuando despertó, el dinosaurio todavía estaba allí (”Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá” ).
Do de 1969, deixo-vos o conto que dá o título ao livro: A ovelha negra
"Num país longínquo existiu há muitos anos
uma Ovelha Negra.
Foi fuzilada.
Um século depois, o rebanho arrependido er-
gueu-lhe uma estátua equestre que ficou muito
bem no parque.
Assim, sucessivamente, de cada vez que apare-
ciam ovelhas negras eram rapidamente trespas-
sadas pelas armas para que as futuras gerações
de ovelhas comuns e correntes pudessem exer-
citar-se também na escultura.
Sem comentários:
Enviar um comentário