quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

QUE VOZ LUNAR

Que voz lunar insinua
o que não pode ter voz?


Que rosto entorna na noite
todo o azul da manhã?


Que beijo de oiro procura
uns lábios de brisa e água?


Que branca mão devagar
quebra os ramos do silêncio?

(Eugénio de Andrade, Mar de Setembro, 1961)


Boas festas!


FM

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