O PAPALAGUI (Ed. Ilustrada)
Tuiavii de Tiávea
Tradução: Luiza Neto Jorge
80 páginas - € 13
Ano da Edição: 1982
Este livro não pode ser visto isoladamente. Insere-se numa tradição literária secular e numa mitologia de vigor excepcional: o sonho do paraíso terrestre. Este sonho fixa-se no séc. XVII nos mares do Sul que começam então a ser explorados sistematicamente. Tudo ali se procura, naquelas regiões longínquas do Pacífico: um clima feliz, uma natureza generosa onde sobrevive o «bom selvagem» de Rousseau, inocente e nu, libertado das pressões do dia-a-dia e sem necessidade de trabalhar.
O Papalagui é sem dúvida o maior êxito de vendas na Antígona, tendo já ultrapassado 100 000 exemplares. De leitura obrigatória nas escolas secundárias, supera todavia a recomendação oficial que do livro foi feita, podendo considerar-se um texto a seguir no séc. XXI. A sua mensagem coloca o ser humano perante um indisfarçável desejo de viver.
(http://www.antigona.pt/html/apresenta.html)
Agora que abordámos os desenvolvimentos do Capitalismo Financeiro no último quartel do século XIX e nele vimos despontar a força da especulação bolsista, apetece mesmo relembrar a força deste livro.
Tuiavii retrata o Homem ocidental que, na sua opinião, nada tem de bom e de feliz. Imaginemos que, de repente, surge uma grande tempestade e arranca a floresta virgem e as montanhas, com todas as suas folhas e árvores e leva à sua frente todas as conchas e os animais da lagoa. Imaginemos que não há mais flores de ibisco para as donzelas enfeitarem os cabelos, que só nos resta a areia - é assim que Tuiavii vê a civilização ocidental, fria e sem tempo para o que é essencial.
Esta obra descreve como o Homem europeu vive obcecado pelos bens materiais, mas é pobre em sentimentos e emoções. É um ser meio perdido, que preza a vida fictícia do cinema e dos jornais (e hoje da televisão), que confunde a luz com a sua imagem, que não pára de pensar e fá-lo de forma pré-formatada.
http://sol.sapo.pt/blogs/pessoalissimo/archive/2007/06/28/O-Papalagui.aspx
Tuiavii de Tiávea
Tradução: Luiza Neto Jorge
80 páginas - € 13
Ano da Edição: 1982
Este livro não pode ser visto isoladamente. Insere-se numa tradição literária secular e numa mitologia de vigor excepcional: o sonho do paraíso terrestre. Este sonho fixa-se no séc. XVII nos mares do Sul que começam então a ser explorados sistematicamente. Tudo ali se procura, naquelas regiões longínquas do Pacífico: um clima feliz, uma natureza generosa onde sobrevive o «bom selvagem» de Rousseau, inocente e nu, libertado das pressões do dia-a-dia e sem necessidade de trabalhar.
O Papalagui é sem dúvida o maior êxito de vendas na Antígona, tendo já ultrapassado 100 000 exemplares. De leitura obrigatória nas escolas secundárias, supera todavia a recomendação oficial que do livro foi feita, podendo considerar-se um texto a seguir no séc. XXI. A sua mensagem coloca o ser humano perante um indisfarçável desejo de viver.
(http://www.antigona.pt/html/apresenta.html)
Agora que abordámos os desenvolvimentos do Capitalismo Financeiro no último quartel do século XIX e nele vimos despontar a força da especulação bolsista, apetece mesmo relembrar a força deste livro.
Tuiavii retrata o Homem ocidental que, na sua opinião, nada tem de bom e de feliz. Imaginemos que, de repente, surge uma grande tempestade e arranca a floresta virgem e as montanhas, com todas as suas folhas e árvores e leva à sua frente todas as conchas e os animais da lagoa. Imaginemos que não há mais flores de ibisco para as donzelas enfeitarem os cabelos, que só nos resta a areia - é assim que Tuiavii vê a civilização ocidental, fria e sem tempo para o que é essencial.
Esta obra descreve como o Homem europeu vive obcecado pelos bens materiais, mas é pobre em sentimentos e emoções. É um ser meio perdido, que preza a vida fictícia do cinema e dos jornais (e hoje da televisão), que confunde a luz com a sua imagem, que não pára de pensar e fá-lo de forma pré-formatada.
http://sol.sapo.pt/blogs/pessoalissimo/archive/2007/06/28/O-Papalagui.aspx
E sobre aquilo que referia no início:
A verdadeira divindade do homem branco é o metal redondo e o papel forte a que ele chama dinheiro. Quando se fala a um europeu do Deus do amor, ele faz uma careta e sorri. Sorri de tão ingénua maneira de pensar. (...) Muitos Brancos há que amontoam o dinheiro que para eles outros ganharam, o depositam num sítio bem guardado e para aí vão acarretando sempre mais, até que um dia já não precisam de mandar os outros trabalhar para eles, trabalhando o dinheiro no seu lugar. Nunca consegui perceber como é que isso era possível, sem haver magia negra; e no entanto tudo se passa assim: o dinheiro multiplica-se como as folhas de uma árvore e o homem até quando dorme vai enriquecendo. (p. 22 e 24, 12ª ed., 1990)FM
Este foi o primeiro livro que comprei. Tinha na altura 16 anos.(hoje tenho 31)
ResponderEliminarContinua a fazer bastante sentido e cada vez mais necessitamos de definir prioridades.
Para mim foi também importante porque me demonstrou a importância de vermos as coisas também através da visão do(s) outro(s).