quarta-feira, 17 de novembro de 2010
De Roma, com o "feeling" da poesia...
Agora que nos virámos - com vídeos - para dentro da cultura e mentalidades romanas (fim da República e época imperial), deixo-vos com a força de outras "imagens"...
1. "ODI ET AMO..."
Amo e odeio. Como? Perguntais por certo.
Não sei, mas sei que sinto e sei que sofro assim.
GAIO VALÉRIO CATULO, Roma, 84-54 a.c.
2. DOIS EPIGRAMAS:
I, 24--A COTA
Com quem te não banhaste, não convidas nunca,
E só nos balneários teus convivas buscas.
A mim me perguntava como nunca o fora:
E agora sei que, nu, não pude encher-te os olhos.
I, 34--A FIDENTINO
O que recitas livro, ó Fidentino, é meu.
Mas mal quanto o recitas a ser teu começa.
MARCO VALÉRIO MARCIAL, Roma-Hispânia - c. 40-c.104 d.c.
3. A CERVEJA
Isto Dionisos? O Deus nos proteja
que é o Baco verdadeiro! Só sandeus
o gerado por Zeus
aceitam que isto seja.
A cabras isto cheira. O vinho é perfumado.
Os celtas que das uvas não souberam
da cevada fizeram
este cozinhado.
A cerveja não é de essência divinal,
nem filho que em Semele o raio fecundou.
Isto nunca passou
de um simples cereal.
FLÁVIO CLÁUDIO jULIANO, IMPERADOR
Roma, 331-363 d.c.
Poemas extraídos do livro "Poesia de 26 séculos - De Arquíloco a Nietzsche", Antologia, Tradução, Prefácio e Notas de JORGE DE SENA, Fora do Texto, Coimbra, 1993, disponível na Biblioteca da Escola (BE).
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