Como referimos várias vezes esta figura histórica na aula, decidi fazer um post, falando um pouco sobre ele.
Andrei Sakharov foi um professor de física, tal como o seu pai, e também pianista russo que nasceu no dia 21 de Maio de 1921. Como refere numa sua autobiografia, ao falar sobre a sua infância e juventude vividas, Andrei salienta que a sua casa era "invadida por um tradicional espírito familiar", sendo isto "um vital entusiasmo para o trabalho e respeito pela competência profissional". Acrescenta ainda que na sua família todos se apoiavam uns aos outros e partilhavam também a paixão pela literatura e ciência. Ainda relativamente á familia, Andrei Sakharov destaca a grande admiração que tinha pela sua avó, considerando-a "o bom espírito da família" e afirmando que ela criou seis crianças e ainda aprendeu a língua inglesa por ela própria. É deste modo que podemos concluir a enorme importância que o ambiente familiar teve na vida desta personagem.
Andrei em 1943
O facto de ser muito ligado á família e de ter tido as primeiras aulas em casa tornou a adaptação aos colegas de escola um pouco difícil. Ainda assim, Andrei foi um brilhante aluno, passando em todos os exames com distinção, chegando em 1938 á Universidade de Física em Moscovo. Acabando a universidade, em 1942, Andrei trabalhou como lenhador e, uns meses mais tarde, trabalhou numa fábrica como engenheiro e inventor. Sakharov revela na sua autobiografia que, enquanto trabalhava nesta fábrica, escreveu alguns artigos científicos sobre Teoria Física que enviou para Moscovo para serem apreciados e, apesar de nunca terem sido publicados, estes mesmo artigos deram a Andrei Sakharov a confiancia "essencial para qualquer investigador".
Após a 2ª Guerra Mundial, num período da
Guerra Fria, Andrei Sakharov é incluído num grupo de cientistas que têm o objectivo de
desenvolver armas nucleares. Durante 20 anos, trabalhou nesta área e considerava que o seu trabalho tinha grande importância e era um instrumento "vital para o equilíbrio do poder em todo o Mundo". Contudo, Sakharov
começa a aperceber-se que existiam "problemas morais" inerentes ao seu trabalho e a preocupar-se com assuntos biológicos também relacionados com o seu objectivo profissional. É então que, a partir do ano de 1968, este homem sente uma incontrolável necessidade de ver as suas opiniões soció-políticas expostas publicamente. Publica assim uma sua obra -
Progresso, Coexistência Pacífica e Liberdade Intelectual - que considera ter sido um
determinante ponto de viragem na sua vida e em todo o seu futuro. Contudo, na URSS, foram tecidas muitas críticas a Sakharov devido a esta sua obra, afirmando muita gente que ele estava a ser "demasiado ingénuo e especulativo". É precisamente esta obra que marca a
oposição ao regime por Sakharov, ao denunciar várias atrocidades que o regime cometia.
Andrei Sakharov nos seus últimos anos de vida
Uns anos depois, a partir de 1970, "a
defesa dos direitos humanos e a
defesa das vítimas de processos políticos" constituiram-se como
grandes objectivos fundamentais para Andrei Sakharov. Deste modo, em 1975, recebe o
Prémio Nobel da Paz pela luta que travou em nome dos direitos humanos, ainda que não tenha sido autorizado a ir receber a sua distinção a Oslo e em 1980, ao denunciar a invasão Soviética do Afeganistão,
Sakharov é enviado para o exílio. Mesmo encontrando-se longe dos amigos e família, este homem continua a ser perseguido pelo KGB.
Com a chegada de Mikhail Gorbatchev ao poder e com a aplicação de reformas políticas de liberalização (Perestroika e Glasnost), Sakharov
consegue então, em 1986, regressar a Moscovo. Após regressar, Andrei consegue ainda um cargo político como membro no Congresso dos Deputados do Povo e, apesar de se viver um período de relativa abertura política e social, ele defende que as reformas deveriam "ir muito mais além". Acaba por morrer a 14 de Dezembro de 1989, devido a um enfarte do miocárdio.
Mikhail Gorbatchev
São inúmeras as homenagens que ainda se prestam a Andrei Sakharov. Para além de existirem algumas insituições com o seu nome que lutam pelos direitos humanos, foi instituído um prémio, também com o seu nome, pela União Europeia para destacar e homenagear aqueles que lutam pelas liberdades e direitos de todos.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Andrei_Sakharov
http://nobelprize.org/nobel_prizes/peace/laureates/1975/sakharov-autobio.html
Carolina