Humberto Delgado nasceu em 1906 e, jovem oficial, participou no movimento militar de 28 de Maio de 1926, que implantou em Portugal a Ditadura Militar. Durante muitos anos ocupava posições importantes regime salazarista que o colocaram em contacto com a vida política das democracias ocidentais, que vivamente o impressionam e o levam a questionar a legitimidade do regime que até aí servira.
Regressado a Portugal, aceita o convite da oposição para se candidatar à Presidência da República, tendo como concorrentes, o Dr. Arlindo Vicente (que virá a desistir a seu favor), e o Contra-Almirante Américo Tomás. Imprime à campanha um ritmo vivo, manifestando-se decididamente contrário à continuação de Salazar à frente do Governo - quando questionado, publicamente, sobre as suas intenções quanto a Salazar na eventualidade de vencer as eleições, responde secamente "Obviamente, demito-o!", o que equivalia a uma declaração de guerra ao regime. Esta frase incomodou os mais conservadores dos seus apoiantes, mas incendiou os espíritos das massas populares que o vitoriaram durante a campanha. Apesar do apoio popular, os resultados eleitorais oficiais atribuem-lhe a derrota. Convencido de que o regime não poderá ser derrubado pelas urnas, procura atrair as chefias militares para um golpe de Estado, ficando desiludido pela falta de receptividade ao seu apelo.
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A sua tendência para privilegiar a solução militar para o derrube do regime leva-o a planear e executar uma nova tentativa revolucionária, com a colaboração de conspiradores militares e civis - tomando de assalto o quartel de Beja (Ano Novo 1961-1962, partiria à conquista dos pontos fulcrais do País. Falhando a revolta, o General, que entrara clandestinamente em Portugal, volta a atravessar a fronteira, para nunca mais regressar à Pátria.
O seu isolamento proporciona, em 1965, a montagem de uma armadilha fatal: crendo vir ao encontro de conspiradores do interior que partilhariam as suas ideias, Delgado dirige-se à fronteira de Badajoz, sendo aí assassinado por um comando da PIDE. Os seus autores virão a ser levados a juízo após a revolução de 25 de Abril de 1974. Após a restauração da democracia, promovido postumamente a marechal, o seu corpo será trasladado com todas as honras para o Panteão Nacional.
Fontes:
Wikipédia
Diciopédia
Marta
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