sábado, 24 de abril de 2010

Humberto Delgado

Humberto Delgado nasceu em 1906 e, jovem oficial, participou no movimento militar de 28 de Maio de 1926, que implantou em Portugal a Ditadura Militar. Durante muitos anos ocupava posições importantes regime salazarista que o colocaram em contacto com a vida política das democracias ocidentais, que vivamente o impressionam e o levam a questionar a legitimidade do regime que até aí servira.


Regressado a Portugal, aceita o convite da oposição para se candidatar à Presidência da República, tendo como concorrentes, o Dr. Arlindo Vicente (que virá a desistir a seu favor), e o Contra-Almirante Américo Tomás. Imprime à campanha um ritmo vivo, manifestando-se decididamente contrário à continuação de Salazar à frente do Governo - quando questionado, publicamente, sobre as suas intenções quanto a Salazar na eventualidade de vencer as eleições, responde secamente "Obviamente, demito-o!", o que equivalia a uma declaração de guerra ao regime. Esta frase incomodou os mais conservadores dos seus apoiantes, mas incendiou os espíritos das massas populares que o vitoriaram durante a campanha. Apesar do apoio popular, os resultados eleitorais oficiais atribuem-lhe a derrota. Convencido de que o regime não poderá ser derrubado pelas urnas, procura atrair as chefias militares para um golpe de Estado, ficando desiludido pela falta de receptividade ao seu apelo.

Considerando-se em perigo parte para o exílio onde, rodeado de colaboradores, dá cobertura à Operação Dulcineia, desencadeada pelo seu aliado Capitão Henrique Galvão (outro dissidente do regime), que consiste na captura do paquete Santa Maria (baptizado "Santa Liberdade"), que será utilizado como veículo de propaganda que atrairá as atenções da opinião pública internacional para a situação política no País.

A sua tendência para privilegiar a solução militar para o derrube do regime leva-o a planear e executar uma nova tentativa revolucionária, com a colaboração de conspiradores militares e civis - tomando de assalto o quartel de Beja (Ano Novo 1961-1962, partiria à conquista dos pontos fulcrais do País. Falhando a revolta, o General, que entrara clandestinamente em Portugal, volta a atravessar a fronteira, para nunca mais regressar à Pátria.

O seu isolamento proporciona, em 1965, a montagem de uma armadilha fatal: crendo vir ao encontro de conspiradores do interior que partilhariam as suas ideias, Delgado dirige-se à fronteira de Badajoz, sendo aí assassinado por um comando da PIDE. Os seus autores virão a ser levados a juízo após a revolução de 25 de Abril de 1974. Após a restauração da democracia, promovido postumamente a marechal, o seu corpo será trasladado com todas as honras para o Panteão Nacional.

Fontes:
Wikipédia
Diciopédia

Marta

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