quinta-feira, 24 de junho de 2010

Philip Glass...





Bem, está descoberta! A música do Philip Glass utilizada do espectáculo do "Vórtice Dance" do post anterior.

Julgámos cá em casa que era do disco "Metamorphosis", mas viu-se depois que não.

Uma pesquisa mais cuidada, e aí está ela, pelo próprio autor - do disco "Minimamachta" , de Novembro de 2009!
Espero que gostem desta música "minimalista", ou seja, que vive de poucos "meios" (notas), mas usando-os de uma forma repetitiva, com naturezas e texturas experimentalistas, diferentes da música mais "habitual-normal".




FM

terça-feira, 22 de junho de 2010

"Vortice Dance"


Eles estão por cá, como chegámos a falar. São agora uma Companhia residente do CAE. Um acréscimo do maior significado para a vida cultural figueirense. São a "Vórtice Dance".

Nos princípios de Junho apresentaram-se à cidade com o espectáculo que têm vindo a apresentar, no país e no estrangeiro:  "Soliloquy about Wonderland"

A cidade reconheceu-os. A sala estava cheia. Faltou - e não compreendo porquê! - o  documento de apoio ao espectáculo, referindo a obra e, mais importante ainda, os seus autores e intérpretes. A cidade viu dançar a "sua" Companhia, mas não pôde saber quem dançou, quem são, que percurso já fizeram, o que pretendem fazer da dança...

O espectáculo foi muito interessante e criativo, nalguns momentos mesmo, experimental. Visualmente foi muito poderoso. Aqui e ali "piscou os olhos ao público", com alguns efeitos mais espectaculares, mas que, na maioria, não pareceram estar para conseguir uma adesão mais "fácil" do público, mas que me parecem ligados ao tipo de trabalho que pretendem realizar, em função das concepções que têm sobre o bailado clássico e contemporâneo.
Teve ainda como elementos centrais as palavras do fortíssimo discurso de Charlie Chaplin, no final do filme "O Grande Ditador", e muita boa música, com relevo para a de Philipe Glass, que ainda não consegui situar totalmente.

Porque gostei e julgo que não estiveram, deixo-vos um vídeo de apresentação da Companhia pelos seus fundadores - Cláudia Martins e Rafael Carriço - e um excerto do espectáculo, num dos seus momentos mais centrais e tocantes. No Youtube estão lá muitos outros momentos que sabe muito bem recordar. Aconselho vivamente!




sexta-feira, 18 de junho de 2010

Do exame...

Prova Escrita de História B
10.º e 11.º Anos de Escolaridade
Prova 723/1.ª Fase, 12 Páginas


Bordalo Pinheiro  -  figura de balanço ( Zé Povinho) , Caldas da Raínha, finais do século XIX


Bem, não fui chamado para a correcção da prova (de outros vossos colegas, de outras escolas, claro)! Outros colegas o farão! Pouco mais atenção me merecerá, portanto...

Do conteúdo dela já falámos, ali a quente, mesmo no pós...
Deixo-a, com acesso fácil, mesmo sabendo que a têm e que, se calhar, por uns dias, também não quererão saber dela muito mais...

Mas mais importante do que ela são os critérios que guiarão os passos dos professores correctores. Certamente que a partir dela podem começar a tentar "adivinhar" a vossa classificação final!

FM

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Desanimados? Cansados?



Aposto no "cansados"! Óbvio!

Mas porque muitas vezes ele traz desânimo e vontade de "dar de frosques" (o que é realmente perigoso porque o mais certo é deixar-nos a "assobiar às botas"...), deixo-vos um antídoto, musical, claro!

Usem-no nos intervalos do trabalho e, sobretudo, nesses momentos "perigosos": ponham o som alto, embasbaquem-se e pensem, em grande!, no quanto trabalho, nos anos de estudo e entusiasmo, persistência, gosto também - tem de ser muito! - para se chegar a este nível, a este entusiasmo, a este desempenho total!

Encharquem-se! Tomem da energia que a Bartoli espalha  dentro de nós e procurem mais, em doses elevadas! Vão ver como a etapa seguinte do trabalho rende!!






sexta-feira, 11 de junho de 2010

exame

Seguindo o exemplo do professor, eu tenho estudado a ouvir um pouco de reggae, desde o grande Bob Marley até aos portugueses Souls of Fire. Ajuda bastante a descomprimir, mas baixinho para não perturbar...

Deixo aqui uma dos Natiruts:



Gonçalo Faria deseja: Bom estudo ! ;D

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Nina Hagen

O tempo de nostalgia já foi ontem...

Hoje e amanhã (e depois...) já são tempos de mobilização de energias, que o "monstro e papão" exame lá espreita!

Energia?... é um caso para a NINA HAGEN!



Em 1979 cantava assim...



FM

terça-feira, 8 de junho de 2010

No "porto seguro", com Schumann...






Vamos acabar.
É o "normal" último dia de aulas... é o arribar do barco a porto enxuto, depois da subida rio acima, motores a fundo, variáveis...

Acabar com música, mesmo sabendo que a intenção não é, para já, a de "matar" o blogue.

Mas aproveito para lembrar os 200 anos do nascimento do grande Robert Schumann, de que noutras alturas já falei. Nasceu num 8 de Junho, em Zwickau, na Alemanha.

Deixo-vos duas peças de dois grandes pianistas também (ele também o foi): um vivo e senhor de um relevo internacional crescente - o chinês Lang Lang; outro, já desaparecido, mas constantemente relembrado - o ucraniano Vladimir Horowitz.

O tema tem a tristeza de todas as despedidas, mas também uma nostalgia doce que olha para o bom que ficou e vai andar connosco. É um dos títulos das suas "Cenas Infantis", escritas em 1838, e que são uma das suas mais celebradas composições.

Comparem os tempos e as interpretações!

A música é, à sua maneira, como as viagens: depende de quem a vive e "faz", interpretando-a, fazendo-a (também) coisa sua, barco seu...






FM

domingo, 6 de junho de 2010

Tratado de Nice

Aproveitando esta pausa entre fim de testes e início de estudo para exames, faço mais um post no nosso blog. Escolhi este tratado pois não o conheço muito bem e assim tenho oportunidade de aprofundar mais o tema.

O Tratado de Nice é assinado a 26 de Fevereiro de 2001 mas só entra em vigor quase 2 anos depois, a 1 de Fevereiro de 2003. Nesta época, a União Europeia contava com 15 membros: a Alemanha, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França e Itália, países fundadores em 1957; o Reino Unido, Dinamarca e Irlanda, que aderem em 1973; a Grécia, que entra em 1981; Portugal e Espanha, integrando-se em 1986; e, por fim, a Aústria, Finlândia e Suécia, que aderem em 1995.


Europa dos 15




Até ao ano de 2001, tinham já sido assinados vários tratados:
- o Tratado de Roma, que institui a CEE e a EURATOM, em 1957;
- o Acto Único Europeu, primeira revisão ao Tratado de Roma, em 1986;
- o Tratado de Maastricht, conhecido como Tratado da União Europeia, em 1992;
- o Tratado de Amesterdão, introduzindo mudanças a nível da organização política da UE, em 1997.


Mais tarde, no ano de 2000, é convocada uma Conferência Intergovernamental, sendo esta uma negociação entre os vários Estados-membros com o objectivo de proceder a certas mudanças na estrutura institucional e júridica da UE, modificando e revendo os tratados já assinados. Nesta Conferência, discute-se o facto de o Tratado de Amesterdão não ter introduzido todas as mudanças consideradas necessárias ao bom funcionamente das instituições da União Europeia.




Representantes dos 15 países membros da UE assinam o Tratado de Nice


Deste modo, o Tratado de Nice é o culminar da anterior Conferência, ao instituir um processo de reforma institucional imprescindível ao alargamento que se iria realizar aos países candidatos do Leste e Sul da Europa. As principais alterações insituídas pelo tratado incidiam sobre:
  1.  a limitação do tamanho e composição da Comissão Europeia;
  2.  a extenção de votação por maioria qualificada a um maior número de matérias; 
  3.  e uma nova ponderação dos votos no Conselho Europeu.

Analisando de um modo mais profundo as principais metas do Tratado de Nice podemos afirmar que:

  • Relativamente ao primeiro ponto, o tratado estabelece que: a Comissão Europeia, no momento do alargamento de 2004, seria constituída apenas por um único nacional de cada Estado-membro; define ainda que quando a UE contasse com 27 Estados-Membros, o número de membros da Comissão seria inferior ao número de Estados-Membros; defende que os membros da Comissão seriam "escolhidos com base numa rotação partidária" e que os Estados-membros seriam "tratados em pé de igualdade no que se refere á ordem de passagem e tempo de presença de nacionais seus no colégio".

  • O Tratado de Nice vem reforçar ainda mais o papel do Presidente da Comissão Europeia. Compete ao Presidente: decidir a organização interna da sua Comissão, tendo como princípios a coerência e a eficácia da sua acção; atribuir as tarefas aos comissários; alterar a distribuição de responsabilidades no decurso do seu mandato; nomear os vice-presidentes da Comissão após aprovação pelo colégio; e ainda, se o Presidente pedir a demissão a qualquer membro da Comissão, após aprovação do colégio, este terá que lha apresentar.

  • Relativamente ao segundo e terceiro pontos (uma vez que estão interligados), o Tratado de Nice introduz "uma nova definição da maioria qualificada" ao proceder a uma nova ponderação dos votos no Conselho para os 15 Estados-membros da altura. São então distribuídos pelos 15 Estados-membros um número de 237 votos, "tendo o limiar da maioria qualificada sido fixado em 169 votos".



Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Nice
http://europa.eu/scadplus/glossary/nice_treaty_pt.htm
http://europa.eu/legislation_summaries/institutional_affairs/treaties/nice_treaty/index_pt.htm



Carolina

quarta-feira, 2 de junho de 2010

National Organization for Women - NOW

A NOW - National Organization for Women - é hoje em dia a maior organização feminista nos Estados Unidos da América, com 44 anos de história. Esta organização conta com mais de 500 mil membros e 550 sedes presentes nos 50 estados. O grande objectivo pensado pelos seus fundadores foi fundamentalmente promover a igualdade para todas as mulheres, eliminando a discriminação e assédio que muitas mulheres sofrem no trabalho, na escola, quanto ao sistema judicial e outros importantes sectores da nossa sociedade e acabando com qualquer forma de violência que é exercida contra as mulheres. Com esta organização pretende-se também combater o racismo, sexismo e homofobia, promovendo a igualdade e justiça em todo o Mundo.



Durante os dias de 28 a 30 de Junho de 1966 decorre em Washington D.C. a 3ª Conferência Nacional das Comissões do Estatuto da Mulher onde, entre centenas de representantes, se destacam as figuras de Betty Friedan e Pauli Murray, que viriam a ser as fundadoras da NOW.















Betty Friedan                                                                                                                                                    Pauli Murray


Nessa Conferência anteriormente referida, falava-se em combater a discriminação sexual e na necessidade de criar uma organização que falasse em nome de todas as mulheres do mesmo modo que os grupos que lutavam pelos direitos civis fizeram para com os negros. É então que, juntamente com algumas outras participantes desta conferência, Betty Friedan discute os assuntos referidos. Reúnem-se no quarto de hotel desta última figura e Betty escreve o acrónimo NOW num guardanapo de papel. Seguidamente, uma das participantes, Catherine Conroy incitou todas as outras a juntarem o seu dinheiro e assinarem o seu nome de modo a que a organização pudesse então ser uma realidade.



Outra das participantes, Analoyce Clapp, deixa mesmo por escrito uma breve descrição da simples reunião que ocorreu naquele quarto de hotel: "28 mulheres encontraram-se com o objectivo de construir uma organização temporária para o seguinte propósito - lutar pela participação total das mulheres na sociedade americana, assumindo todos os privilégios e responsabilidades em verdadeira e igual parceria com os homens".


Pelos vistos, o projecto inicial de organização temporária é superado uma vez que a NOW é ainda, nos dias de hoje, uma realidade que discute os mais diversos assuntos, da discriminação sexual á violência, passando por temas fundamentais como o aborto e igualdade salarial entre homens e mulheres, lutando sempre pela mudança social para melhor.

Para quem quiser saber um pouco mais sobre a organização pode visitar o site oficial:


Fontes:



Carolina




terça-feira, 1 de junho de 2010

Andrei Dmitrievich Sakharov (1921 - 1989)

Como referimos várias vezes esta figura histórica na aula, decidi fazer um post, falando um pouco sobre ele.

Andrei Sakharov foi um professor de física, tal como o seu pai, e também pianista russo que nasceu no dia 21 de Maio de 1921. Como refere numa sua autobiografia, ao falar sobre a sua infância e juventude vividas, Andrei salienta que a sua casa era "invadida por um tradicional espírito familiar", sendo isto "um vital entusiasmo para o trabalho e respeito pela competência profissional". Acrescenta ainda que na sua família todos se apoiavam uns aos outros e partilhavam também a paixão pela literatura e ciência. Ainda relativamente á familia, Andrei Sakharov destaca a grande admiração que tinha pela sua avó, considerando-a "o bom espírito da família" e afirmando que ela criou seis crianças e ainda aprendeu a língua inglesa por ela própria. É deste modo que podemos concluir a enorme importância que o ambiente familiar teve na vida desta personagem.

Andrei em 1943


O facto de ser muito ligado á família e de ter tido as primeiras aulas em casa tornou a adaptação aos colegas de escola um pouco difícil. Ainda assim, Andrei foi um brilhante aluno, passando em todos os exames com distinção, chegando em 1938 á Universidade de Física em Moscovo. Acabando a universidade, em 1942, Andrei trabalhou como lenhador e, uns meses mais tarde, trabalhou numa fábrica como engenheiro e inventor. Sakharov revela na sua autobiografia que, enquanto trabalhava nesta fábrica, escreveu alguns artigos científicos sobre Teoria Física que enviou para Moscovo para serem apreciados e, apesar de nunca terem sido publicados, estes mesmo artigos deram a Andrei Sakharov a confiancia "essencial para qualquer investigador".


Após a 2ª Guerra Mundial, num período da Guerra Fria, Andrei Sakharov é incluído num grupo de cientistas que têm o objectivo de desenvolver armas nucleares. Durante 20 anos, trabalhou nesta área e considerava que o seu trabalho tinha grande importância e era um instrumento "vital para o equilíbrio do poder em todo o Mundo". Contudo, Sakharov começa a aperceber-se que existiam "problemas morais" inerentes ao seu trabalho e a preocupar-se com assuntos biológicos também relacionados com o seu objectivo profissional. É então que, a partir do ano de 1968, este homem sente uma incontrolável necessidade de ver as suas opiniões soció-políticas expostas publicamente. Publica assim uma sua obra - Progresso, Coexistência Pacífica e Liberdade Intelectual - que considera ter sido um determinante ponto de viragem na sua vida e em todo o seu futuro. Contudo, na URSS, foram tecidas muitas críticas a Sakharov devido a esta sua obra, afirmando muita gente que ele estava a ser "demasiado ingénuo e especulativo". É precisamente esta obra que marca a oposição ao regime por Sakharov, ao denunciar várias atrocidades que o regime cometia.


Andrei Sakharov nos seus últimos anos de vida

Uns anos depois, a partir de 1970, "a defesa dos direitos humanos e a defesa das vítimas de processos políticos" constituiram-se como grandes objectivos fundamentais para Andrei Sakharov. Deste modo, em 1975, recebe o Prémio Nobel da Paz pela luta que travou em nome dos direitos humanos, ainda que não tenha sido autorizado a ir receber a sua distinção a Oslo e em 1980, ao denunciar a invasão Soviética do Afeganistão, Sakharov é enviado para o exílio. Mesmo encontrando-se longe dos amigos e família, este homem continua a ser perseguido pelo KGB.

Com a chegada de Mikhail Gorbatchev ao poder e com a aplicação de reformas políticas de liberalização (Perestroika e Glasnost), Sakharov consegue então, em 1986, regressar a Moscovo. Após regressar, Andrei consegue ainda um cargo político como membro no Congresso dos Deputados do Povo e, apesar de se viver um período de relativa abertura política e social, ele defende que as reformas deveriam "ir muito mais além". Acaba por morrer a 14 de Dezembro de 1989, devido a um enfarte do miocárdio.

Mikhail Gorbatchev

São inúmeras as homenagens que ainda se prestam a Andrei Sakharov. Para além de existirem algumas insituições com o seu nome que lutam pelos direitos humanos, foi instituído um prémio, também com o seu nome, pela União Europeia para destacar e homenagear aqueles que lutam pelas liberdades e direitos de todos.

Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Andrei_Sakharov
http://nobelprize.org/nobel_prizes/peace/laureates/1975/sakharov-autobio.html


Carolina